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sábado, 17 de agosto de 2024

Todos os lugares



Ver-me-ás em todos os lugares,

Na sombra que dança ao vento,

No riso que ecoa ao longe,

No silêncio de um momento.


Serás capaz de me sentir,

No toque suave da brisa,

No brilho breve do olhar,

Na noite que em sonhos se avisa.


Nunca me irás encontrar,

Pois sou a memória que passa,

O eco de um tempo que foi,

A lembrança que se disfarça.


Sou a marca no tempo perdido,

O sussurro que o vento leva,

Ver-me-ás em todos os lugares,

Mas sou o que já não se entrega.


Em tudo o que foste e serás,

Eu serei o que não voltará,

Ver-me-ás em todos os lugares,

Mas jamais me encontrarás.


agosto, 2024

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

A Verdade (2024)

Apenas num momento

O agora passa a outrora.

Num instante,

só o silêncio.


A verdade é como poesia.

A verdade mói,

A verdade dói.

E verdade seja dita

Um amor de verdade

É para toda a eternidade.


É na saudade que te encontro,

No eco do tempo, profundo e distante,

Onde cada lembrança é um abrigo,

E o futuro se torna um instante.


Na eternidade de um amor,

Que mesmo na ausência não morre,

A verdade, ainda que crua,

É o fogo que dentro de nós corre.


E assim, na poesia da vida,

Caminhamos juntos, lado a lado,

Pois o que é verdadeiro nunca finda,

Nem pelo tempo, nem pelo fado.


No compasso do coração,

Eternamente contigo vou,

Pois a verdade deste amor,

É o que sempre nos ligou.


Esta verdade é minha e tua,

Uma verdade nua e crua -

Uma eterna saudade.

Imensidão (2024)


Não me falta vontade,

Nem inspiração.

Talvez coragem

em seguir o coração.


Não é falta de paixão,

Nem tão pouco de desejo.

Talvez, apenas medo

de me perder no teu beijo.


Não é falta de lucidez,

Não.


Não é fraqueza

Ou covardia,

Estou certo.


É uma constante dificuldade

em ter certeza

se esta imensidão 

é realidade 

ou ilusão.

Mas mesmo na dúvida,

no meio da confusão,

há algo que me prende,

um fio, uma razão.


Será que arrisco,

me lanço no vazio?

Ou continuo a sonhar,

neste eterno desvario?


Porque às vezes, o amor

é feito de incertezas,

de medos e de perdas,

mas também de belezas.


Então, sigo em frente,

com o coração na mão,

esperando que o tempo

traga a resposta, ou a solução.



segunda-feira, 22 de julho de 2024

Sem cor


A única coisa que te mantinha vivo em mim

Era a dor que eu ainda sentia

Escolhi mantê-la sem qualquer critério

Ainda hoje um autêntico mistério

Quis ganhar à razão

Continuar preso no coração

Mergulhado num turbilhão

De contrição e aflição

De tortura e confusão


Dói

Dói muito

Dói ainda mais quando perdes

E tudo o que queres é ganhar

Mas, muitas vezes, para ganhar

Tens que ousar perder

Desvanecer o retrato colorido

Deixá-lo sem cor

terça-feira, 18 de junho de 2024

O Refúgio do Sono



No silêncio da casa, a dor ressoa, 
A nossa perda ecoa, numa sala sem fim, 
Cada memória, um pesar que magoa, 
O teu riso ausente é vazio cruel, 
Dor que fere, um golpe fiel.

Há sorrisos perdidos, 
Mas memórias que nunca vão, 
A alma mirra ao peso do encanto, 
De quem partiu, deixando solidão.

Os dias são longos, repletos de pranto, 
O vazio persiste, o luto renasce,
À noite, o corpo cansado enfim adormece
com o consolo do sono que a alma abraça.

Nos braços do sono, a alma flutua, 
O sono aproxima-se, a mente apaga-se, 
Em sonhos, há um mundo distante e gentil, 
Onde a dor se dissolve, a tristeza se afaga,
O coração repousa, a mente esquece.

Na serenidade da noite, a dor recua, 
E por momentos, há paz.
Mas ao amanhecer, tudo regressa, 
A dor renasce, a saudade insiste,
Até que a noite, com a sua promessa, 
Traz o consolo que só no sono existe.



Partiste, meu avô
O teu sorriso tornou-se uma estrela a brilhar,
No céu infinito, para me guiar.

Vivemos histórias com tanta alegria,
Memórias guardadas no peito, a pulsar,
Recordações que nada poderá apagar.

As tuas palavras sábias eram o meu atalho,
Para um mundo de sonhos e simplicidade,
Onde o amor era a única verdade.

Em cada gesto, em cada palavra
Em cada sorriso franco,
Está a tua marca, o teu encanto.

Partiste, meu avô, mas ficaste aqui,
Em todo o amor que plantaste,
No que nos faz rir e sorrir,
E na certeza de que um dia,
Nos reencontraremos na eternidade vazia.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Narciso


Demorei a perceber

Para mim era difícil conceber

tamanha indiferença e egoísmo

tamanha passividade  e egocentrismo 


Repentinamente 

começaste um jogo de orgulho

individualista e vaidoso

Inusitadamente

quebrei com o teu barulho

de silêncio e negação

e foi doloroso


Despedida sem escrúpulos 

No escuro silencioso

Envolvido pela arte de um ego

cauteloso e meticuloso

Arrastou-me para território perigoso

areias gulosas do que dói e é penoso


O Narciso é sempre cuidadoso 

sereno e argiloso

belo e vaidoso

Porém,

apaixonado e insensível 

pois a sua maior paixão 

numa frieza inesquecível 

é o seu próprio reflexo.

Narciso.

domingo, 4 de dezembro de 2022

Desfecho


(Lensa app)


Sabias que eu não te deixaria.

Sabias que para ficar,

tudo e o impossível eu faria,

mesmo sem teres de me perguntar.


Voltar atrás para nos apagar,

não voltaria.

Nem quereria voltar.

O tempo acabaria,

por si só, por ajudar.


De noite, abraçavas-me,

com as luzes apagadas.

Sentia o teu coração quebrado

e em todas as suas batidas,

sentia a nossa despedida,

o nosso desfecho -

a tua partida.


Eu sabia perfeitamente.

Simplesmente não queria ver.

Não queria acreditar no fim,

que seria permanente.


Achei que não te deixaria.

Pensei que ficaria,

que não nos ia abandonar,

que tudo faria para te continuar a amar.


De rompante, num dia gelado

acordei no chão

a desejar não ter acordado,

pois estava tudo acabado.


Não mais seria teu.

Não mais serias meu.

Falou mais alto a razão

do que o coração.


Voltar atrás, não voltaria,

mas o que acendeste em mim

foi único e certeiro.

Foi inspiração, desejo

paixão e amor verdadeiro.


sábado, 29 de outubro de 2022

Faz de conta


Há dias em que o mundo para

Em que plantamos sonhos

Que não se podem tornar reais

Em que dormimos de olhos abertos

E ninguém à nossa volta repara


Há dias em que nos enganamos

Em que vivemos doces mentiras

Tão intensamente que nos acostumamos

Construindo as nossas próprias sátiras


Somos fingidores natos

Farsantes comuns

Covardes que fingem ser duros

Ardilosos a construir muros

Para arrolhar as nossas fraquezas



Há dias em que o mundo nos derruba

Em que o coração deixa de acelerar

Partimos algo impossível de reparar

Perdemos algo travesso de substituir:

A capacidade de sonhar.


Há, também, dias em que a ficção 

Simplesmente se torna aspiração

A imaginação e a ilusão

Se tornam em desejo em ambição


Somos almas livres

Remediadas com retalhos

Frações de momentos fugazes

Pedaços de devaneios

Cheios de faz de conta

Pois todos os sonhos são mentira

Até os tornarmos realidade




domingo, 6 de fevereiro de 2022

Abrigo


Sou abrigo
de um amor devorador,
um calor avassalador
que vive comigo

Vivo o amor
sem confinamento
Gosto de beijos demorados
corpos colados
abraços bem apertados
pernas e braços entrelaçados

Saboreio o amor sem fim
até aquele que não cabe em mim
todas as sensações condensadas 
moderadas ou exageradas

Sou abrigo 
do infinito e do eterno
de tudo o que quero
e que quer estar comigo

Sou abrigo
das emoções sem descrição
das que se perdem no coração.







 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Estranho


A verdade é que acabou.
Mesmo antes de começar,
já tinha terminado.

Não foi no tempo certo,
certamente.
Não era para ser, 
seguramente.

A nossa vontade ficou
esquecida.
A nossa chama ficou
tremida.
O nosso fascínio
fraquejou.
O nosso entusiasmo
perverteu.
O nosso calor
esfriou.
A nossa emoção
abateu.

Não te conheço, 
mas naquelas noites foste sedutor,
mágico e encantador,
apaixonante e arrebatador.

Naquela noite
Mesmo sabendo que terminara,
trouxe-te comigo.
Não te conheço,
mas trouxe-te para casa.
Estranho.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Desabafo numa manhã fria

 


Somos seres errantes
desconhecedores de gestos,
de olhares e de palavras.

Somos bravos fingidores
trapaceiros sublimes,
autênticos simuladores.

Somos feitos de palavras descoladas
de egos abalados, 
almas feridas...

Somos espelhos sem razão,
reflexos abandonados
do nosso próprio coração.

Somos ávidos de amor,
predadores de desejo e paixão,
sequiosos de prazer,
alimentados pela sofreguidão
de não mais sentir dor.


domingo, 21 de novembro de 2021

"Sim"



 Ele perguntou-me onde queria ir.
Perguntou-me o que sentia.
Respondi-lhe com honestidade,
apenas a verdade.
Disse-lhe que queria ficar
e que me estava a apaixonar.

Não havia forma de evitar.
Chegara o momento de lhe declamar
todas as palavras perdidas no tempo
Testemunhas do nosso próprio silêncio,
prisioneiros dos nossos próprios sentimentos,
apaixonados incompletos.

"Deixaste o meu coração a flamejar"
- Disse-lhe eu, embebido
completamente extasiado e derretido
com os olhares intermitentes 
e os lábios trémulos que me desejavam.

Perguntou-me se queria ficar.
Respondi-lhe "sim".
Sem medos ou hesitação,
abraçei-lhe o coração.
 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Cartas no horizonte


Escrevo cartas de desejo
onde guardo o nosso último beijo
cinzas de um último adeus
forma de reviver os lábios teus

Lentas memórias e recordações
belas palavras de seda
cheias de vida
escritas num infinito de emoções

Olhares estranhos que roubam o tempo
cheiros perdidos num momento
o perfume do teu corpo dentro de mim
um santuário de fragâncias sem fim

Escrevo cartas no horizonte
vou folheando o caderno lentamente
escutando o som do vento tranquilamente 
fecho os olhos docemente
deixo as folhas ir ao abandono
em direção ao sol poente

domingo, 14 de novembro de 2021

Somos feitos


Somos feitos de corações partidos,
Sonhos interrompidos,
beijos traídos,
amores mal resolvidos,
e medos desconhecidos.

Somos feitos de saudade
da mentira e da verdade,
de certezas e incertezas,
de vitórias e derrotas.

Somos feitos de amor e emoção,
de lógica e razão,
de lágrimas e sorrisos,
de beijos e abraços.

Somos feitos de viagens,
de aprendizagens,
de encontros e desencontros,
de estadas e passagens,
de memórias e novas histórias.



sábado, 2 de outubro de 2021

Imensidão


Não me falta vontade,
Nem inspiração
Talvez coragem
em seguir o coração

Não é falta de paixão,
Nem tão pouco de desejo
Talvez, apenas medo
de me perder no teu beijo

Não é falta de lucidez,
Não.

Não é fraqueza
Ou covardia,
Estou certo.

É uma constante dificuldade
em ter certeza
se esta imensidão 
é realidade 
ou ilusão.




 

sábado, 4 de setembro de 2021

Dystopia


The silence arrived

Dark skies

Heavy lies


Locked in the darkness

He saw the wrong way

He couldn't get away


Everything was miserable

He was lost

The world was fading


His body and soul

were separate

impossible to regenerate


His pain was screaming 

louder than ever before

he knew that the darkness

was forevermore



quinta-feira, 26 de agosto de 2021

IR


É tempo de viajar

De me deixar levar

De me perder

No tempo

E no momento


É tempo de me fazer

De me refazer

De crescer e aprender


É tempo de ir

Sem rumo e compromisso

E apenas ir

E mergulhar na imaginação

Do amante viajante

Que escreve 

Para sentir o próprio coração


É tempo de viajar,

Sonhar e desejar

É tempo de ir apaixonado

E voltar conquistado


terça-feira, 6 de julho de 2021

Strangers


Oh hello


How have you been?

Do you remember

How we used to take care of each other?

Do you remember the smiles?

We both said the same words

But we lived in different worlds


Sorry. Did I just-?

Never mind.


The truth is that-

Time flew past

We coudn’t keep up

We were lovers

Then pretenders

Now we’re strangers


You’re a stranger

That’s all I see

A beautiful stranger

in front of me


Before I go-

Promise Me something 

Promise Me You'll Be Happy.

Ok?

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Utopia



In Utopia all troubles are gone

In this virtual world 
all the tears are glass 
so that lies are impossible
The sky is blue
The breeze is cool
everything is bright
incandescent light

In this virtual world 
You are my solemn reality
My truth 
my poetry

This is a perfect place 
A place without grief or deception
Just love and perfection
Dreams and affection
There’s no judgement
no agony
Only joy, hope 
and harmony

Oh, Utopia