Chegou o momento da reflexão deste ano que está quase a terminar.
A verdade é que não comecei este ano da melhor maneira, pelo menos não com a maior força de vontade. Janeiro e fevereiro pareceram longos, mais longos do que na realidade foram. Talvez pela inércia que me consumia o corpo todo.
Lá para inícios de março começamos a ficar de pé atrás com notícias aterrorizadoras de que um vírus perigoso se espalhava desmesuradamente pelo mundo e que, rapidamente, chegaria a Portugal. O bicharoco lá chegou até nós e o certo é que mudou toda a nossa rotina, afastou famílias, isolou pessoas e encobriu imensos abraços e sorrisos. Ficamos fechados muito tempo e, para muitos, não foi tarefa fácil.
Lembro-me de chegar a casa no dia 13 de março e perguntar-me: E agora? E agora, que vais fazer?
A única hipótese que havia era agarrar "o touro pelos cornos" e enfrentar a situação de caras. Reorganizei-me e preparei-me em poucos dias para uma nova adaptação no meu trabalho. Faria tudo igual, mas agora tinha a vantagem de saber que daria tudo certo.
Foram muitos meses de trabalho à distância, com muito esforço e dedicação de toda a minha equipa. Foram muitos meses em que eu e a minha família estivemos mais unidos que nunca e abraçamos, juntos, todas as adversidades. Nem sempre foi fácil, para nenhum de nós. No entanto, sabíamos que o caminho era sempre feito de mãos dadas.
O verão chegou e trouxe alguma leveza aos nossos corações e alguns sorrisos aos nossos rostos. Penso que talvez 2020 tenha sido dos anos em que mais vezes mergulhei no mar e vi o por do sol na praia. Disse-o várias vezes durante este ano e reitero, a praia foi o meu porto seguro.
Entretanto, voltei ao "escritório", mudei de casa, abri a gaveta dos meus projetos e comecei a investir mais em mim. Não tive grandes férias, nem tempo para descansar, mas quem precisa de descansar quando está a viver?
Este ano foi uma verdadeira escola. Percebi, este ano, o verdadeiro significado de "escola da vida". São estes tempos mais complicados que nos fazem aprender, refletir e dar valor ao que damos por garantido na vida.
Se tivesse que classificar este ano, muito honestamente, classificava-o com nota positiva. Apesar de tudo o que aconteceu e de tudo o que não aconteceu, 2020 trouxe-me algo que há muito não tinha: esperança.
Sem comentários:
Enviar um comentário