sábado, 17 de agosto de 2024

Todos os lugares



Ver-me-ás em todos os lugares,

Na sombra que dança ao vento,

No riso que ecoa ao longe,

No silêncio de um momento.


Serás capaz de me sentir,

No toque suave da brisa,

No brilho breve do olhar,

Na noite que em sonhos se avisa.


Nunca me irás encontrar,

Pois sou a memória que passa,

O eco de um tempo que foi,

A lembrança que se disfarça.


Sou a marca no tempo perdido,

O sussurro que o vento leva,

Ver-me-ás em todos os lugares,

Mas sou o que já não se entrega.


Em tudo o que foste e serás,

Eu serei o que não voltará,

Ver-me-ás em todos os lugares,

Mas jamais me encontrarás.


agosto, 2024